Homenagem Leci Brandão
Curadoria Guiomar de Grammont
Prestamos homenagem a uma personalidade que está entre nós e que reforça esse legado de luta e resistência negra: Leci Brandão. Leci Brandão é uma das figuras mais emblemáticas da cultura e da política brasileiras. Nascida em 12 de setembro de 1944, no Rio de Janeiro, tornou-se símbolo de resistência, pioneirismo e autenticidade. Foi a primeira mulher a integrar a ala de compositores da Estação Primeira de Mangueira, rompendo barreiras em um espaço historicamente masculino e afirmando a voz feminina e negra no samba . Com mais de vinte obras gravadas, suas canções misturam lirismo e postura política, tratando de temas como amor, injustiça social e orgulho negro. A composição “As Pessoas e Eles”, de 1976, é considerada uma das primeiras músicas brasileiras a abordar abertamente a homossexualidade.
Na trajetória política, Leci consolidou-se como uma das vozes mais coerentes da luta por igualdade racial, de gênero e de direitos humanos. Filiada ao PCdoB desde 2010, foi eleita Deputada Estadual por São Paulo, quatro vezes consecutivas, tornando-se a primeira mulher negra a alcançar tal feito na história da Assembleia Legislativa Paulista. Entre suas iniciativas estão a defesa das religiões de matriz africana, das populações quilombolas e indígenas e da juventude periférica.
Leci também é referência no ativismo LGBTQIA+, tendo se assumido publicamente ainda em 1978, gesto de grande coragem no contexto da ditadura civil-militar. Aos 80 anos, Leci Brandão representa a junção entre arte e consciência social. Leci é uma voz que canta, legisla em favor da liberdade e contra a opressão, assim inspira as novas gerações.
11hs – Sarau Literário
Coletivo Caías de Escritores e Escritoras Negros e Negras, vinculado ao CEPRacial da Universidade Zumbi dos Palmares
Conceição Rosa (SP – Professora, Escritora, Artista Plástica)
Edna Pessanha (SP- Jornalista, Escritora, fundadora e diretora da Editora Kriô Comics)
Mariana Vilela (SP – Jornalista, Escritora)
Simone Botelho (SP-Escritora, Pedagoga, Professora)
Mediação: Jorge Luís Felizardo dos Santos (SP –Diretor de Escola, Educador e Escritor)
14h – Mesa de Abertura
Jose Vicente – Reitor da Universidade Zumbi dos Palmares
Luiz Galina – Diretor Regional do SESC São Paulo, Sociólogo ( convite a ser enviado).
Sevani Matos – Presidente da Câmara Brasileira do Livro – CBL (convite a ser enviado)
1ª Mesa – 15h – Homenagem: Leci Brandão
Sinopse: Cantora, atriz, compositora, ativista, deputada, Leci Brandão tem uma história pelo legado que essa história representa. Chegou a ganhar um disco de ouro pela vendagem de um disco em homenagem a Ogum, seu santo de cabeça e teve sua vida retratada no musical de sucesso, Leci Brandão – Na Palma da Mão. Essa conversa é uma homenagem à trajetória dessa mulher negra tão comprometida com o Brasil e os brasileiros.
Leonardo Bruno (RJ – Jornalista – Autor da Peça Na Palma da Mão)
Fernanda Martins (SP – Antropóloga – Autora do Livro A Filha da Dona Lecy)
Mediadora – Maitê Freitas (SP – Jornalista)
2ª Mesa – 16h30 – Luísa Mahin sob novas luzes
Sinopse: Nesta mesa serão apresentados documentos inéditos de arquivos públicos que revelam novas facetas da história de Luisa Mahin, mãe de Luiz Gama, personagem que é uma referência para o feminismo negro no Brasil. A partir dessas descobertas, a célebre carta do abolicionista a Lúcio de Mendonça (1880), em que ele menciona sua mãe, foi revisitada, o que permitiu lançar novas luzes sobre aspectos da infância de Luiz Gama e sobre a origem do seu pai. Essas descobertas recentes evidenciam o papel central de Luisa Mahin na historia e na memoria do ativismo negro no Brasil e desconstroem leituras equivocadas sobre sua vida, difundidas por diversos meios, da literatura ao cinema.
Ligia Fonseca Ferreira (SP- Escritora)
Wlamyra Albuquerque (BA)
Lisa Earl Castilho (BA)
Mediação: Dulci Lima
3ª Mesa – 18h00 – Africa Brasil: o Negro na Musica e na Literatura
Sinopse: Embora na música a presença negra historicamente tenha se imposto, em uma alquimia de influências e estilos que desafia a estrutura de notação musical do Ocidente, na literatura, a presença negra é historicamente marcada por estereótipos e ausências. Esses convidados irão conversar sobre de que forma, nos últimos anos, uma representatividade negra mais autêntica vem se impondo, através de movimentos de resistência e afirmação da identidade afro-brasileira, que resgatam a ancestralidade e valorizam a cultura negra, contrapondo-se a visões eurocêntricas e racistas.
Paulo Lins – (SP- Ecritor)
Kamille Viola.
Mediação: Adriana Ferreira
11hs – Sarau Literário
Coletivo Caías de Escritores e Escritoras Negros e Negras, vinculado ao CEPRacial da Universidade Zumbi dos Palmares
Aline Soares (SP – Escritora de Literatura Infantil Negra, Pedagoga e Professora)
Jura Silva (SP – Poeta e Compositor)
Lena Santos (SP – Poeta e Escritora)
Mércia Magalhães (SP – Atriz, Contadora de Histórias, Professora e Escritora de Literatura Infantil)
Mônica Sena (SP – Poeta brincante – Cidade de Oz – Osasco/SP. Pedagoga)
Mediação: Odair Marques da Silva (SP- Professor, Escritor e Palestrante)
1ª Mesa – 13h30 – Machado de Assis: um escritor negro em Paris.
Sinopse: Criado em 1936, o chamado “Square d’Amérique Latine”, em Paris, é uma bela Praça em que, ao longo do tempo, foram sendo colocados bustos de importantes intelectuais, personagens históricos de diversos países da América Latina. Porém, nenhum do Brasil. Em 2025, a Academia Brasileira de Letras inicia esforços para levar um busto de Machado de Assis a Paris.
Godofredo de Oliveira Neto (RJ – Membro da Academia Brasileira de Letras ABL),
Suzete Kulianski
Dominique Loubao
2ª Mesa – 15h – Teatro Experimental do Negro (TEATRO BRASILEIRO)
Sinopse: Criado em 1944 pelo multifacetado Abdias Nascimento, o Teatro Experimental do Negro estreou seu primeiro espetáculo no ano seguinte, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Formado exclusivamente por atrizes e atores negros, o grupo permaneceu em atividade até 1964, dissolvendo-se com o Golpe Civil Militar. Abdias teve uma carreira amplamente reconhecida nas artes e na política, destacando-se como dramaturgo, ator, artista plástico e professor, tendo sido eleito deputado federal e senador. O legado deixado por Abdias e pelo Teatro Experimental do Negro à sociedade brasileira contemporânea é o objeto desta conversa, baseada no livro sobre o grupo, publicado originalmente em 1966 e republicado pelo SESC, que conta com textos da da primeira edição e novos artigos de intelectuais, artistas e pesquisadores negros, dedicados a revisitar o legado que Abdias e o Teatro Experimental do Negro consagraram à sociedade brasileira contemporânea.
Elisa Larkin Nascimento (Professora, Doutora e Diretora do IPEAFRO)
Maria Ceiça (Atriz, Cantora e Apresentadora)
Mediação: Adriana Ferreira
3ª Mesa – 16h30 – Protagonismo Negro no século XX
Sinopse: As narrativas historiográficas cristalizaram a imagem do negro como personagem social pouco mobilizado e excluído dos processos de participação política, o que não corresponde de forma alguma à verdade. O protagonismo negro no século XX aparece em biografias, vida associativa, ações políticas, agenciamentos sociais, práticas culturais, relações de gênero, conexões afro diaspóricas, concepções ideológicas, invenções identitárias e narrativas. Essa conversa entre historiadores que fazem a crítica das versões comprometidas com a dominação, irá mostrar de que forma várias organizações negras propuseram políticas públicas de inserção institucional e dialogaram com setores da elite e com visões de cidadania e nação, nas primeiras décadas do século XX.
Petrônio Domingues (Professor e Historiador Brasileiro)
Oswaldo Camargo (SP – Poeta e Escritor Brasileiro)
Mediação: Aline Prado (RJ – Jornalista)
4ªMesa – 18h00 – Com a palavra, As Pretas: Narrativas de Mulheres Negras.
Sinopse: Com a palavra, as pretas, livro da senegalesa Awa Thiam, apresentou depoimentos pungentes das mulheres de diversos países africanos que denunciam práticas de violência a que foram submetidas, por uma brutal objetificação de que foram (e ainda são) vítimas, no contexto da colonização. A crítica radical de Thiam à subjugação feminina na África fez com que as mulheres negras de todo o mundo fossem encorajadas a romper o silêncio e se insurgir contra os papéis e usos que secularmente as oprimiram. Narrativas ficcionais ou de não-ficção que dão voz às mulheres negras são o objeto dessa conversa imperdível entre a escritora e auxiliar de enfermagem do SUS, Lilia Guerra, com a psicóloga e doutora em saúde pública Mônica Mendes Gonçalves.
Lilia Guerra (Autora Brasileira)
Mônica Mendes Gonçalves (Pesquisadora de Relações Raciais na Saúde, Psicóloga e Psicanalista)
Mediação: Fernanda Sousa